segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Eu vi. O filme: A partida
Sinopse: Daigo Kobayashi (Masahiro Motoki) tem o sonho de tocar violoncelo profissionalmente. Para tanto se endivida e compra um instrumento, conseguindo emprego em uma orquestra. O pequeno público que comparece às apresentações faz com que a orquestra seja dissolvida. Sem ter como pagar, ele devolve o instrumento e decide morar, com sua esposa Mika (Ryoko Yoshiyuki), em sua cidade natal. Em busca de emprego, ele se candidata a uma vaga bem remunerada sem saber qual será sua função. Após ser contratado, descobre que será assistente de um agente funerário, o que significa que terá que manipular pessoas mortas. De início Daigo tem nojo da situação, mas a aceita devido ao dinheiro. Apesar disto, esconde o novo trabalho da esposa. Aos poucos ele passa a compreender melhor a tarefa de preparar o corpo de uma pessoa morta para que tenha uma despedida digna.
Ficha Têcnica: Título original: (Okuribito/ Ano de lançamento: 2008 (Japão)/ Direção: Yojiro Takita/ Gênero: Drama/ Elenco: atores: Masahiro Motoki , Tsutomu Yamazaki , Ryoko Hirosue.
sábado, 28 de novembro de 2009
Atrás do olhar
Atrás do olhar
Vida em silêncio, o desconhecido, sentimento à vibrar
Uma indiferença única que faz toda a diferença
Atrás do olhar
Corrosivo ódio, inebriante amor
Uma cegueira mesmo com a luz
A vida se ofusca e só vemos o que queremos ver
Atrás do olhar
Olhos do coração pensando com a cabeça
Um olhar para si e ser justo com esse mundo injusto
Onde o racional e emocional duelam no tempo-espaço
Atrás do olhar
Marte e plutão em constante ebulição
O olho invisível de Deus sobre crentes e ateus
Concentração para tentar captar o vácuo do vazio branco
Atrás do olhar
Nobres gestos, más intenções
Pequena palavra que apunhala, grandiosa generosidade
O afago que reina no gosto amargo
Atrás do olhar
Um tempo que passou, o recordar, se perceber
Um aprendiz com olhar sempre para frente, sempre à aprender.
(Codinome Pensador)
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Desnudando Fernanda Young
A escritora Fernanda Young confessou em entrevista que posou para a Playboy desse mês de novembro por duas razões: a primeira era ganhar a roupa de coelhinha; a segunda, para encontrar uma mulher que não está acostumada a ver nas publicações masculinas. “Quero mudar a estética do Brasil. Sou altamente brasileira, mas era sempre representada por um erotismo que não me diz respeito. Resolvi posar para me satisfazer”, revelou, citando que também gostaria de ver mulheres como Fernanda Torres, Andréa Beltrão e Angélica estampando a capa.
Antes de topar posar para a revista, Fernanda confessou que muito pensou. “Pensei tanto que já estava pensando em desistir, mas então lembrei de três babacas e adoro uma vingança”, disse, referindo-se a homens que lhe fizeram mal no passado. “Se chegasse aos 50 anos sem ter posado para a Playboy, iria me odiar muito. Prefiro me arrepender por ter feito algo porque o arrependimento de não fazer é muito pior”.
A apresentadora do GNT disse ter ficado surpresa quando viu as fotos e se deparou com seu corpo. “Estou bem à beça. Pedi para que usassem muito pouco do Photoshop. Não queria que minha pele perdesse a textura, o que faria o ensaio perder a razão”, contou, salientando que fez questão de apagar as estrias da gestação e as cicatrizes do peito, resultado de uma plástica.
O ensaio foi clicado por Bob Wolfenson, que realizou o desejo de Fernanda Young em retratar uma mulher à espera de seu homem. “Tudo acontece em uma casa vazia, mafiosa. Enquanto ela aguarda, se prepara. Há muito sonho, desejo e ilusão na preparação de uma mulher para um encontro amoroso. Talvez seja a parte mais excitante de um encontro.” Escreveu até um texto esclusivo intitulado (Estala coração de vidro pintado) para acrescentar à essa mulher-personagem que personificou na fotos sensuais e fetichistas do ensaio. “Minhas fotos não puramente eróticas tem arte nelas também e mesmo assim espero que muita gente se masturbe. Vou ficar felicíssima se isso acontecer. Aguardo relatos”, divertiu-se Fernanda.
A morena também contou que sempre sofreu na escola. “Era aquela em que todos jogavam s bolinhas. Até os que levavam a bolinha, jogavam em mim. Então, fazer a Playboy é uma espécie de vingança. Só aceitei que ser gostosa é legal há uns dois anos.”
A vontade de Young? Vender mais revistas que uma ex-BBB. “Os homens gostam de mulheres bundudas, peitudas, morenas e de cabelos compridos. Por que não podem ver algo diferente? Antes de ver a revista já ficam dizendo que sou sem sal...”, reclamou. A escritora também aposta no público feminino para comprar suas revistas. “Acho mais bonito o nu feminino e já comprei muitas vezes a Playboy. Porém, jamais compraria revista de homem nu. Acho indigesto. E olha que eu gosto de homem, viu?
Estala coração de vidro pintado
Por Fernanda Young
Enquanto ela se arruma, o mundo para. O mundo dela, onde só existe o homem que aguarda. Nessa casa sem vínculos, vazio perfeito para encontros clandestinos. Ela tenta fazer daquele quase nada, algo acolhedor. Quer oferecer, alimentar, prover o aconchego que crê que ele mereça. Porque ele é o seu homem. Só seu, durante o tempo em que estiver naquela casa. Lar sem lembranças nem porta-retratos. Ilusão que ela finge não notar, e durará apenas o tempo-livre daquele que espera. Já que ele não é dela e ela não é ele, embora se prepare como se fosse.
Quer que o vazio esteja lindo, sem saber que lindo seria vê-la assim, acreditando num amor-para-sempre, que termina antes do anoitecer. Não é ingênua ou cínica, é uma mulher e gosta desse jogo, mesmo sabendo que, nele, nunca há vencedoras. Perdedora ou perdida, sente-se excitada. Quase aborrecida por ele estar atrasado. Lembra, porém, de mais alguns detalhes que faltam no paraíso que quer ofertar.
Circula pela casa, toma um vinho, escreve um poema. Vai tentar convencê-lo de quanto ela é perfeita. Ela escreve versos. Ela é livre, mas sabe cozinhar. Escuta um barulho e seu corpo treme inteiro, ainda não é ele. Tenta ficar calma, mas seu coração, agora não bate, estala, como um delicado cristal que, num brinde, trinca. Serve-se mais uma taça de vinho. Sente uma certa vontade de chorar. Tenta se distrair. Pode brincar um pouco enquanto ele não chega? Decide que sim, imaginando tudo que gostaria de fazer com ele. Algumas que nunca fez, inclusive. Mas ele demora demais e ela prefere não mexer onde não deve.
O primeiro prazer daquela tarde deverá ser com ele, por ele. Mesmo reconhecendo que, no quarto escuro de sua mente, faça o que quiser, com quem quiser. Ele não precisa saber disso. Nenhum homem precisa saber que é na imaginação que a mulher esconde o tal ponto G. Ri. Vê a hora, começa a ficar realmente irritada. Mais uma taça de vinho e o seu coração de vidro estalará mais forte, talvez forte demais. Tornando-a mais intensa em sua poesia e menos preocupada com a refeição que esfria.
Que casa é essa, afinal? Decide macular o branco daquele local asséptico. O mundo, afinal, não é apenas o local que seu homem habita, homem que nem é tão seu. E tudo fica melhor quando está bagunçado. Então, desarruma tudo.
Fonte: Revista Playboy
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
A esperança não é a última que morre
Morremos quando nascemos
Iniciamos uma viagem ao que não sabemos
Iniciamos uma viagem ao desfecho do início
Simplesmente a morte não tem segredo
Deixamos para trás o que possuímos
Levamos apenas o realmente somos
A esperança não é a última que morre
Ela só desaparece numa curva da estrada
Isso só acontece quando paramos de viver
Isso só acontece quando temos medo de morrer
Escondem de nós a beleza da morte para darmos valor à vida
Compreender a vida e a morte
É folhear um livro com começo, meio e fim.
(Codinome Pensador)
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
“Antiarte por excelência” de Hélio Oiticica
Hélio Oiticica, nascido e falecido no Rio de janeiro, foi pintor, escultor, artista plástico e performático de aspirações anarquistas. Estudou com Ivan Serpa e em 1956 integrou o Grupo Frente, fundando três anos depois, em 1959 o Movimento Neoconcreto, ao lado de artistas como Amilcar de Castro, Lygia Clark, Lygia Pape e Franz Weissmann.
Integrou também a representação do Brasil na exposição internacional de arte concreta realizada em 1960 em Zurique, na Suíça e esteve presente nas coletivas de vanguarda Opinião 1965 e 1966, Nova Objetividade Brasileira e Vanguarda Brasileira, realizadas entre 1965 e 1967 no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, expondo ainda na Bienal de São Paulo em 1957, 1959 e 1965 e na da Bahia em 1966.
É considerado por muitos um dos artistas mais revolucionários de seu tempo e sua obra experimental e inovadora é reconhecida internacionalmente. Neto de José Oiticica, anarquista, professor e filólogo brasileiro, autor do livro O anarquismo ao alcance de todos.
Na década de 1960, Hélio Oiticica criou o Parangolé, que ele chamava de "antiarte por excelência". O Parangolé é uma espécie de capa ou bandeira, estandarte ou tenda, que só mostra plenamente seus tons, cores, formas, texturas e grafismos e os materiais com que é executado como: tecido, borracha, tinta, papel, vidro, cola, plástico, corda, palha, à partir dos movimentos de alguém que o vista. Por isso, é considerado uma escultura móvel. Foi também Oiticica que fez o penetrável Tropicália, que não só inspirou o nome, mas também ajudou a consolidar uma estética do movimento tropicalista na música brasileira, nos anos 60 e 70 .
Até 1959, Oiticica ainda se conservou fiel aos veículos e suportes tradicionais da pintura. Reduziam-se seus quadros de então a efeitos cromáticos e de textura obtidos unicamente com a aplicação de branco e revelavam um ascetismo que o desenvolvimento posterior de seu trabalho iria desmistificar. Nesses primeiros quadros via-se já muito nítida a tendência do artista a superar o plano bidimensional, pela utilização da cor com evidentes intenções espaciais.
Abandonando o quadro e adotado o relevo, bem cedo incursionaria Hélio por novos domínios, criando seus núcleos e penetráveis, para chegar em seguida à arte ambiental, em que melhor daria vazas a seu temperamento lúdico e hedonista. Surgem assim, de 1965 em diante, suas manifestações ambientais, com capas, estandartes, tendas (parangolés), uma sala de sinuca em 1966, Tropicália em 1967, um jardim com pássaros vivos entre plantas, lado a lado com poemas-objetos, Apocalipopótese em 1968, reunindo várias manifestações de outros artistas, no Aterro do Flamengo e Rio de Janeiro.
Todas essas experiências serão objeto de importante exposição efetuada em 1969, na Whitechapel Gallery, de Londres, no seu dizer: "uma experiência ambiental sensorial limite".
Hélio Oiticica, em 1970 tomou parte em Nova Iorque na mostra Information, organizada pelo MOMA, recebendo nesse mesmo ano bolsa de estudo da Fundação Guggenheim, viveu nos Estados Unidos até 1978, quando regressou ao Brasil e de novo se fixou no Rio de Janeiro, iniciando então a última fase de sua breve carreira.
Em 1981, um ano apenas após sua morte, seus irmãos Cesar e Cláudio criaram o Projeto Hélio Oiticica, destinado a preservar material e conceitualmente a obra do artista de quem a Galeria São Paulo, em 1986, levou a cabo importante exposição intitulada: O q faço é Música.
Nos últimos anos, em nível inclusive internacional, a importância de Hélio Oiticica como artista seminal dos novos desdobramentos da arte ocidental de fins do século e do milênio tem sido posta em destaque através de exposições itinerantes realizadas entre 1992 e 1994 em Paris, Roterdã, Barcelona, Lisboa e Mineápolis, sala especial na Bienal de São Paulo em 1994 e participação nas Bienais de 1996 e 1998. Em 1996 cria-se no Rio de Janeiro, o Centro de Artes Hélio Oiticica, que até hoje serve de referência para pesquisadores de sua obra do mundo todo.
Em 16 de outubro deste ano, um incêndio destruiu cerca de 50% obras do artista plástico, um acervo avaliado em US$200 milhões, que era mantido na residência do seu irmão, no bairro do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. Além de quadros e dos famosos “Parangolés”, no local também eram guardados documentários e livros sobre o artista.
Certa vez Hélio Oiticica disse: “A obra nasce de apenas um toque na matéria. Quero que a matéria de que é feita minha obra permaneça tal como é; o que a transforma em expressão é nada mais que um sopro: um sopro interior, de plenitude cósmica. Fora disso não há obra. Basta um toque, nada mais”.
Integrou também a representação do Brasil na exposição internacional de arte concreta realizada em 1960 em Zurique, na Suíça e esteve presente nas coletivas de vanguarda Opinião 1965 e 1966, Nova Objetividade Brasileira e Vanguarda Brasileira, realizadas entre 1965 e 1967 no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, expondo ainda na Bienal de São Paulo em 1957, 1959 e 1965 e na da Bahia em 1966.
É considerado por muitos um dos artistas mais revolucionários de seu tempo e sua obra experimental e inovadora é reconhecida internacionalmente. Neto de José Oiticica, anarquista, professor e filólogo brasileiro, autor do livro O anarquismo ao alcance de todos.
Na década de 1960, Hélio Oiticica criou o Parangolé, que ele chamava de "antiarte por excelência". O Parangolé é uma espécie de capa ou bandeira, estandarte ou tenda, que só mostra plenamente seus tons, cores, formas, texturas e grafismos e os materiais com que é executado como: tecido, borracha, tinta, papel, vidro, cola, plástico, corda, palha, à partir dos movimentos de alguém que o vista. Por isso, é considerado uma escultura móvel. Foi também Oiticica que fez o penetrável Tropicália, que não só inspirou o nome, mas também ajudou a consolidar uma estética do movimento tropicalista na música brasileira, nos anos 60 e 70 .
Até 1959, Oiticica ainda se conservou fiel aos veículos e suportes tradicionais da pintura. Reduziam-se seus quadros de então a efeitos cromáticos e de textura obtidos unicamente com a aplicação de branco e revelavam um ascetismo que o desenvolvimento posterior de seu trabalho iria desmistificar. Nesses primeiros quadros via-se já muito nítida a tendência do artista a superar o plano bidimensional, pela utilização da cor com evidentes intenções espaciais.
Abandonando o quadro e adotado o relevo, bem cedo incursionaria Hélio por novos domínios, criando seus núcleos e penetráveis, para chegar em seguida à arte ambiental, em que melhor daria vazas a seu temperamento lúdico e hedonista. Surgem assim, de 1965 em diante, suas manifestações ambientais, com capas, estandartes, tendas (parangolés), uma sala de sinuca em 1966, Tropicália em 1967, um jardim com pássaros vivos entre plantas, lado a lado com poemas-objetos, Apocalipopótese em 1968, reunindo várias manifestações de outros artistas, no Aterro do Flamengo e Rio de Janeiro.
Todas essas experiências serão objeto de importante exposição efetuada em 1969, na Whitechapel Gallery, de Londres, no seu dizer: "uma experiência ambiental sensorial limite".
Hélio Oiticica, em 1970 tomou parte em Nova Iorque na mostra Information, organizada pelo MOMA, recebendo nesse mesmo ano bolsa de estudo da Fundação Guggenheim, viveu nos Estados Unidos até 1978, quando regressou ao Brasil e de novo se fixou no Rio de Janeiro, iniciando então a última fase de sua breve carreira.
Em 1981, um ano apenas após sua morte, seus irmãos Cesar e Cláudio criaram o Projeto Hélio Oiticica, destinado a preservar material e conceitualmente a obra do artista de quem a Galeria São Paulo, em 1986, levou a cabo importante exposição intitulada: O q faço é Música.
Nos últimos anos, em nível inclusive internacional, a importância de Hélio Oiticica como artista seminal dos novos desdobramentos da arte ocidental de fins do século e do milênio tem sido posta em destaque através de exposições itinerantes realizadas entre 1992 e 1994 em Paris, Roterdã, Barcelona, Lisboa e Mineápolis, sala especial na Bienal de São Paulo em 1994 e participação nas Bienais de 1996 e 1998. Em 1996 cria-se no Rio de Janeiro, o Centro de Artes Hélio Oiticica, que até hoje serve de referência para pesquisadores de sua obra do mundo todo.
Em 16 de outubro deste ano, um incêndio destruiu cerca de 50% obras do artista plástico, um acervo avaliado em US$200 milhões, que era mantido na residência do seu irmão, no bairro do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. Além de quadros e dos famosos “Parangolés”, no local também eram guardados documentários e livros sobre o artista.
Certa vez Hélio Oiticica disse: “A obra nasce de apenas um toque na matéria. Quero que a matéria de que é feita minha obra permaneça tal como é; o que a transforma em expressão é nada mais que um sopro: um sopro interior, de plenitude cósmica. Fora disso não há obra. Basta um toque, nada mais”.
Fonte: site sampa art
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