terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Achados e perdido

Continuo em busca
Por isso me senti perdido
Perdido de mim mesmo
E dos meus outros

Metades para tentar ser um
No meu continente desconhecido
Que preciso achar, preciso me achar

Achados da vida
Lembranças, amores, sabedoria
Pessoas, perguntas, palavras
Conquistas, simplicidade, doação

Quando me senti perdido
A vida me mostra seus muitos caminhos
Quando me senti perdido
Penso no futuro

Me encontrar, para não se sentir perdido
Reviver, não é só viver de novo
É me encontrar.

(Codinome Pensador)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Ode aos nossos monstros

Um doloroso sentir e vem a mais intensa falta de alegria
E ser atingido pela ausência de coragem
Num amargo deleite entre melancolia e a esperança
Se curar, só o tempo com toda a sua sabedoria

Olhamos para dentro de nós, olhamos para o nosso coração
Descobrimos então uma singela e inútil ilusão
Arrependimento de não guerriar diante de uma situação
Descobrimos a ciência da sabedoria que tem os nossos erros

Compreender o sabor venenoso das palavras cruéis
No impulsivo desejo dizer tudo que se sente
Compreender a dor que existe na própria dor
Na energia que inflama o amor e que faz o mundo girar

Buscar degraus, hábitos e atos acima do céu
Uma superioridade pretenciosa que não nos faz crescer
Aumentando cada vez mais o deserto da nossa solidão
Olhar nossa vida ferozmente para que milagres possamos merecer

Milagres que os nossos monstros não nos deixam ver
Não nos enxergamos, não vemos mais a nossa própria sorte
Estando cegos e doentes na maior das pestes sociais
Voltados para nós mesmos, voltados para a nossa própria morte

Agora é o momento de esperar o cosmo gigante se abrir
Agora é a hora exata do medo sumir e de vez se extinguir
Agora é o momento do anjo abrir suas asas para que possamos subir
Agora é a hora de vencer obstáculos e ganhar prêmios por evoluir.

(Codinome Pensador)

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Os 15 melhores filmes de 2009

Para que é fã de cinema e adora sair para assistir a um bom filme ou mesmo alugar um DVD, 2009 foi um ano maravilhoso. Veja a lista dos 15 melhores filmes de 2009:

Bastardos Inglórios (Quentin Tarantino)
Inimigos Públicos ( Michael Mann)
Amantes ( James Gray)
Aquele querido mês de agosto ( Miguel Gomes)
Gran Torino ( Clint Eastwood)
Quem quer ser um milionário ( Danny Boyle)
Foi apenas um sonho (Sam Mendes)
A troca (Clint Eastwood)
O curioso caso de Bejamin Button (David Fincher)
Dúvida (John Patrick Shanley)
Valsa com Bashir (Ari Folman)
Entre os muros da escola ( Laurent Cantet)
Sinédoque Nova York ( Charlie Kauffman)
Alexandra (Aleksandr Sokurov)
Rio Congelado ( Courtney Hunt)

Fonte: ACCPA (Associação dos críticos de cinema do Pará)

Saudades do eterno João Cabral de Melo Neto


Se estivesse entre nós, o poeta João Cabral de Melo Neto completaria neste 9 de Janeiro de 2010, 90 anos. Escritor recifense, é um dos maiores representantes da literatura brasileira, nasceu em 1920 e morreu em 1999 e até hoje, estranhamente, a causa de sua morte não foi divulgada.
Aos 79 anos, já praticamente cego, sofrendo de depressão e problemas cardíacos, o poeta manda chamar um padre e pede a extrema-unção. Talvez ouvisse uma palavra d’alma mostrando que sua hora chegara e talvez sentisse que rezar um pouco lhe fizesse bem. Talvez. Estava em sua casa, na zona sul do Rio, ao lado dos próximos, e segundo seu filho, naquele momento era um homem sereno e em paz.
O escritor inovou a linguagem poética, deixando de lado o lirismo que influenciou várias gerações de poetas brasileiros. Com um estilo único, publicou livros que se tornaram clássicos da literatura nacional. Um dos mais famosos foi o Auto de Natal e Morte e Vida Severina, publicado na década de 50. O poema foi levado ao cinema, ao teatro e à televisão.
Quando morre um poeta, morre um pouco de cada um daqueles que amam a poesia. Fragmentos nossos morrem junto porque o egoismo do autor leva com ele um naco do nosso encanto, da nossa paz, leva com ele uma porção da nossa alma, da emoção dos dias de sol, das tardes de doçura, das noites de calmaria que a sua poesia proporcionou. Ainda que tenha deixado sua obra e sua lembrança, a morte de um poeta é sempre uma violência ao patrimônio humano, uma agressão. Ele morre e fica um vazio, um escuro, ficam câimbras no coração. João Cabral de Melo Neto foi um dos maiores poetas da língua portuguesa, e talvez, junto com Drummond, seja a mais importante expressão poética nacional do século XX.
Acadêmico das letras brasileiras desde 1968, indicado ao Prêmio Nobel por cinco vezes, diplomata com direitos consulares em Barcelona , Londres, Marselha, Madrid entre tantos outros cantos culturais do planeta, João acumulou densidade, prêmios, obras e leitores ao longo de uma vida de grande fecundidade literária. Publica seu primeiro livro aos 22 anos ( Pedra de Sono), o segundo aos 23 (Os Três Mal-Amados), e assim continua numa constante vida de poesia e diplomacia que deságua em 1956 com (Duas Águas), onde assombra e encanta a todos com (Morte e Vida Severina), (Paisagens com Figuras) e (Uma Faca só Lâmina). Nos seus últimos anos, na década de 80 e 90, publica (A Escola das Facas) em 1980, (Auto do Frade) 1984, (Agrestes) 1985, (Crime na Calle Relator) 1987, (Primeiros Poemas) 1990 e (Sevilha Andando) 1990 entre tantas outras reedições, revisões e coletâneas.

" A atmosfera que te envolve
atinge tais atmosferas
que transforma muitas coisas
que te concernem, ou cercam.

E como as coisas, palavras
impossíveis de poema:
exemplo, a palavra ouro,
e até este poema, seda.

É certo que tua pessoa
não faz dormir, mas desperta;
nem é sedante, palavra
derivada da de seda.

E é certo que a superfície
de tua pessoa externa,
de tua pele e de tudo
isso que em ti se tateia,

nada tem da superfície
luxuosa, falsa, acadêmica,
de uma superfície quando
se diz que ela é “como seda”.

Mas em ti, em algum ponto,
talvez fora de ti mesma,
talvez mesmo no ambiente
que retesas quando chegas,

há algo de muscular,
de animal, carnal, pantera,
de felino, da substância
felina, ou sua maneira,

de animal, de animalmente,
de cru, de cruel, de crueza, que sob a palavra gasta
persiste na coisa seda.


(João Cabral de Melo Neto/ A palavra seda)

Fonte: Site algosobre.com

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Eu vi. O filme: Anticristo


Sinopse: Um casal (Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg) pertubados com morte do único filho muda-se para uma casa no meio da floresta para superar o episódio. Mas os questionamentos do marido, psicanalista, sobre a dor do luto e o desespero de sua esposa desencadeiam uma espiral de acontecimentos misteriosos e assustadores. E as consequências dessa investigação psicológica são as piores possíveis.
Ficha técnica: Titulo original: (Antichrist)/ Lançamento: 2009/ Duração: 100 minutos/ Gênero: Suspense/ Direção: Lars Von Trier/ Elenco: Charlotte Gainsbourg, Willem Dafoe.