quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Palíndromo patologia

No principio era só um fascínio pelo palin
Uma nova interpretação intelectual pueril
Uma simples e obstinada curiosidade literária
Um divertimento neurótico dos deuses cultos
Uma recuperação de uma mesma estrutura
A volta no tempo da origem, o mito do retorno eterno
Palavras, frase-espelho, repetição, palíndromos
Começaram a virar uma obsessão
Uma proliferação palíndrômica
Uma recaída de uma doença
Palíndromo patologia
A pele começou a padecer
O osso oco corroeu a lâmina
O amor não adoça o aroma
Para que se evite o azar do medo
Para não pensar na torre da derrota
Somamos os sons dos ritmos, o ódio do doido
No arco-íris da vida, uma dádiva
Um grito em finlandês: SAIPPUAKIVIKAUPPIAS
Seria um grito de um palindromista?
Enfim... Reter e rever para prever e reter
Anagramas são sempre palíndromos
Palíndromos são sempre anagramas.

(Codinome Pensador)

She's a devil


O nome dela é Beth Ditto, é a vocalista da banda americana The Gossip e uma das cantoras mais polêmicas da nova geração do rock. Acima do peso, com atitude de sobra e sem papas na língua, ela briga contra a ditadura da beleza na mídia, não usa desodorante nem depila as suas axilas, diz que arrancava a cabeça de esquilos por diversão quando era criança, na maioria dos shows fica só de sutiã e calcinha no palco, é militante gay e a favor do casamento homossexual, fora isso sua voz é um destaque a parte, algo como uma mistura de Janis Joplin e Aretha Franklin.
Como cantora ganhou mais atenção do público em novembro de 2006 quando foi selecionada pela NME como a personalidade mais cool e mais fantástica do rock, ficando em primeiro numa revista anual da “Cool List”. A revista citou sua inconformidade, como a razão para a sua seleção, ela é uma lésbica, uma sincera defensora dos direitos dos homossexuais, pesa 102 kg e também está em uma relação homossexual. Em 2007, Ditto foi nomeada a “Mulher Mais Sexy do Ano” na NME Awards, onde desempenhou a canção "Temptation". Outro título em 2008, de Glamour Awards de Artista Internacional do Ano.
Recentemente ela recusou-se ir em lojas Topshop citando o seu descontentamento com a indisponibilidade de roupas no seu tamanho. Ela foi tão longe, cogitou que adoraria uma oferta para desenhar suas próprias roupas: “Dê-me o trabalho. Quero projetar. Quero fazer roupas para grandes garotas. Quero que fazer grandes tamanhos.” Hoje ela colhe os frutos de sua atitude de inconformismo com a moda, lançou uma linha de moda para as grifes Evans e New Look, tornando-se uma referência fashion acidental.
Ditto posou nua para a “On Our Backs”, uma revista erótica de lésbicas para mulheres. “Foi um grande momento na minha vida. Foi o tipo de coisa muito radical. Eu não pensei muito antes de fazer, fui lá e fiz. Depois achei demais, achei o máximo, porque sou uma pessoa gorda, peso mais de cem quilos e sou uma sapatão. E essa sensação é muito boa”, ela disse a revista Curve.
Sem dúvida Ditto é uma das mais improváveis “poster girls” do momento. Dotada de um vozeirão soul e uma beleza que não corresponde ao padrão atual, e por outra, sustenta muitos quilos a mais. E toda essa corpulência, não a deixa menos atraente e sensual.
Com a banda The Gossip, ela virou a nova queridinha do público mais descolado no Reino Unido. Assim como o já consagrado Scissor Sisters, para quem o grupo já esteve abrindo apresentações nos últimos tempos, o The Gossip é formado na cidade de Arkansas, apesar de vir ganhando mais atenção na Europa do que no próprio Estados Unidos. Além de Scissor Sisters, o The Gossip também já excursionou com artistas como Yeah Yeah Yeahs, Le Tigre, Erase Errata, Stereo Total, The White Stripes, Sonic Youth, Sleater Kinney e The Kills.
A banda é liderada há 4 anos pela endiabrada Beth e conta também com Brace Paine na guitarra e Hannan Blilie na bateria. Como o próprio grupo se define em seu MySpace, o The Gossip, além de jovem e cheio de energia, se interessa por artes, mudanças, o underground, dança, moda e movimentos culturais. A banda em seu mais recente álbum, “Music for men”, lançado em junho deste ano, só vem atestar o grande talento, que consegue superar a incontestável qualidade dos trabalhos anteriores, com letras recheadas de ativismo político e emoções, batidas punk, soul, rock, pop, música eletrônica e uma voz gritada de arrasar quarteirão da vocalista, são a mistura que fazem do The Gossip, uma das melhores bandas dos últimos tempos.
Para quem é mais alternativo e curte um rock indie, o álbum “Music for Men” é uma excelente opção. Ao ouvir o disco somos apresentados a faixa “Dimestore Diamond”, sob um baixo funk tirado de um brechó musical, que fala de uma garota da era da customização, que faz suas próprias camisetas e corta o cabelo sozinha em casa.
Nas faixas “Pop Goes the World”, “Vertical Rhythm” e “Spare me from the Mold”, eles mostram o que a banda tem de melhor.
Fonte: site papel pop

terça-feira, 29 de setembro de 2009

O jeito geek de ser





Geek é um termo evoluído do nerd. Nerd num novo sentido, com uma abordagem bem diferente de outrora: nerd de gente curiosa, nerd de curioso por tecnologia, nerd de pessoa inteligente, nerd de indivíduo que considera a possibilidade de mudanças. E com todos esses “novos nerdes” temos o Geek.Um Geek é uma pessoa totalmente antenada, que adora tudo aquilo que se tem de mais alta tecnologia como, por exemplo: computadores, iphone, ipod, internet, notebook, câmeras digitais e muito mais. Sem contar com roupas de grifes famosas como Nike e Addidas que são as principais vestimentas desse público.
Tudo que se tem de novo no mercado, eles estão querendo, não importando o preço ou a dificuldade para consegui-lo. A necessidade de estar acessando coisas novas é a grande característica da tribo Geek.Os Geeks tem se destacado cada vez mais em blogs e sites de conversação, de tal forma que resolveram criar uma nova sociedade para eles. A SGA (Society Geek Advancement) ou melhor sociedade para nerds avançados. Esta foi fundada sobre os princípios de que todas as pessoas devem abraçar o geek interior ou exterior de ser, podendo assim mostrar para todos que não são pessoas de outro mundo. A sociedade tem como função obter membros que pensam e que se comportam da mesma maneira, podendo assim trabalhar juntos como uma comunidade global para fornecer as ferramentas e ajudar outros a realizar seu verdadeiro potencial.Como essa comunidade tem crescido cada vez mais durante os anos, já existem várias revistas, livros e sites direcionados especificamente para este público. O problema é que a maioria destas revistas são estrangeiras, pois querendo ou não esse pessoal ainda está em peso nas cidades internacionais como Chicago e New York.Definitivamente a cultura nerd/geek vem ganhando espaço e de tempos em tempos vem tomando rumos diferentes. As revistas se voltaram para esses temas e concretizaram essa nova cultura. Cada dia ela é mais ‘cool’ e dizer “Eu sou um Nerd” não é mais um bicho de sete cabeças.
Moletons, blusas, camisetas, tênis, bolsas e acessórios são a variedade de vestimentas que podem ser encontradas e feitas diretamente para esse público, com estampas escritas com o nome do movimento e da comunidade Geek. O símbolo de um pato com óculos é o preferido entre eles que foi muito bem trabalhado e ainda por cima adicionado em várias peças da moda.

(Codinome Pensador)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Nossos ídolos não são mais os mesmos, mas ainda respiram.


Ainda está na sua estante aquele disco que mudou sua vida. Aquele que você comprou na adolescência, com sua mesada, quando começava a descobrir as coisas e as bandas. Aquele disco que fez você querer ser músico.
Você comprou numa loja do lado da sua casa, de um vendedor amigo, um cara que começou a te recomendar outras coisas, que achava que sabia o que você queria. Você ouvia a todo volume, porque falava sobre você e você queria que o mundo todo ouvisse. Era a sua voz. Na ordem das músicas, na arte do encarte, nas letras e melodias formava aquilo que você reconheceria pelo resto da vida como sua personalidade.
Daí você se tornou um artista.
Começou estudando música, guitarra, piano, canto. Teve suas primeiras bandinhas. Tocava na garagem, pagava um estúdio, fez seus primeiros shows em inferninhos, daí mudou de banda, daí começou tudo de novo.
Agora você está no ponto.
Agora você começa a gravar seu disco.
Agora você tem repertório, tem um álbum coeso, tem uma capa que, quem sabe, poderia estar no quarto de um novo adolescente, na estante ou na parede, mudar novas vidas, influenciar vendedores...Mas não. Não há mais lojas de discos, há apenas grandes redes. Não há mais arte nem encarte, as pessoas baixam direto faixas isoladas. Escutam 10 segundos da introdução, então se adiantam para ouvir os vocais.
Sua arte está condenada.
Não que eu queira ser nostálgico ou conservador... Mas estava pensando em como deve ser triste para músicos e bandas que estão começando agora que tiveram seus disquinhos favoritos lidarem agora com a imaterialidade da música, o fim dos lados B, a urgência dos singles e dos hits, apenas hits, sem mais espaço para as músicas de passagem...Ou não, né? Há também o outro lado. Há o novo espaço da Internet, blogs, myspace, download. Você pode conquistar seu público e seus fãs sem precisar de grandes espaços. Você pode conquistar o mundo trancado em casa, e você pode ter seus ídolos exclusivos.
Como diria Annie Lennox: “I knew that I was going to be a legend... in my living room”.
Então poderia ser mais triste: você poderia ser escritor.
Quem quer ser um jovem autor?Porque assim, você pode ser até lido, você até pode ter seu público, pode até vender razoavelmente bem, ou ser um ídolo para poucos, publicado apenas em blog, vendendo seu próprio livro, mas você nunca terá um ídolo.
Eu nunca tive.
Sério.
Digo, em quem posso me espelhar, qual será meu modelo? A gente não quer ser igual aos escritores que admira – ao menos, não quer ter a mesma vida. Posso louvar o trabalho deles, mas não quero terminar como Caio Fernando Abreu, Lúcio Cardoso, João do Rio... Isso sem mencionar os vivos...O escritor no Brasil não tem modelos positivos. Ele pode seguir a arte, pode admirar o estilo, pode querer ser tão grande quanto... Mas sabe que assim só conquistará um final trágico.
Será que eu ainda acredito? Só resta acreditar que, com a gente, poderá ser diferente. Mas, sinceramente, não é isso que o mundo mostra. Posso me consolar pensando: “Ao menos um moleque pode me descobrir daqui a 50 anos, como eu descobri o Lúcio Cardoso...” Mas acho que cada vez menos gente descobrirá livros..E... será que o mundo ainda existirá daqui a cinquenta anos?
O músico sobrevive com shows. O escritor sobrevive com textos para jornal, traduções, roteiros. Mas talvez a arte, como a conhecemos, já esteja com os dinossauros, já esteja com os dias contados, já esteja no alvo do meteoro.

(Santiago Nazarian)

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Eu vi. O filme: A festa da menina morta

Sinopse: Há 20 anos uma pequena população ribeirinha do alto Amazonas comemora a Festa da Menina Morta. O evento celebra o milagre realizado por Santinho, que após o suicídio da mãe recebeu em suas mãos, da boca de um cachorro, os trapos do vestido de uma menina desaparecida. A menina jamais foi encontrada, mas o tecido rasgado e manchado de sangue passa a ser adorado e considerado sagrado. A festa cresceu indiferente à dor do irmão da menina morta, Tadeu. A cada ano as pessoas visitam o local para rezar, pedir e aguardar as "revelações" da menina, que através de Santinho se manifestam no ápice da cerimônia.
Ficha técnica: Título original:A Festa da Menina Morta/ Gênero:Drama/Ano de lançamento:2008/Direção: Matheus Nachtergaele/ Elenco: Daniel de Oliveira, Juliano Cazarré, Jackson Antunes, Cássia Kiss, Dira Paes.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Quelqu'un m'a dit

On me dit que nos vies ne valent pas grand chose
Elles passent en un instant comme fanent les roses
On me dit que le temps qui glisse est un salaud
Que de nos chagrins il s'en fait des manteaux.

Pourtant quelqu'un m'a dit
Que tu m'aimais encore
C'est quelqu'un qui m'a dit que tu m'aimais encore
Serais ce possible alors?

On dit que le destin se moque bien de nous
Qu'il ne nous donne rien et qu'il nous promet tout
Parait qu'le bonheur est à portée de main
Alors on tend la main et on se retrouve fou.

Mais qui est ce qui m'a dit que toujours tu m'aimais?
Je ne me souviens plus c'était tard dans la nuit
J'entend encore la voix, mais je ne vois plus les traits
Il vous aime, c'est secret, lui dites pas que j'vous l'ai dit.

Tu vois quelqu'un m'a dit
Que tu m'aimais encore, me l'a t'on vraiment dit
Que tu m'aimais encore, serais ce possible alors ?

On me dit que nos vies ne valent pas grand chose
Elles passent en un instant comme fanent les roses
On me dit que le temps qui glisse est un salaud
Que de nos tristesses il s'en fait des manteaux.

Autora: Carla Bruni

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Tô lendo. Livro: Nós, os Humanos (Flávio Gikovate)

Nesta obra, Flávio Gikovate apresenta uma visão tridimensional do homem, em suas peculiaridades biológicas, psicológicas e sociais. Ele estuda as relações entre amor, sexualidade, vaidade e vícios, mostrando como a razão interfere nos processos sentimentais.
O livro reúne seis ensaios acerca das relações entre a razão e as pressões biopsicossociais a que nos submetemos.
O primeiro, “Corpo, alma e sociedade”, mostra que estamos presos a valores e regras sociais que nos impedem de ter uma vida plena. O segundo, “Amor e sexo”, explica que esses dois componentes não estão sempre interligados, como reza o senso comum. O terceiro, “Amor e vaidade”, demonstra que um dos ingredientes mais destrutivos envolvidos na relação amorosa é a vaidade, mesmo que não seja percebida pelos parceiros. O quarto, “Amor e vícios”, reafirma a idéia do autor de que o amor romântico funciona da mesma forma que as substâncias que provocam dependência. O quinto, “Amor e razão”, sustenta o ponto de vista de Gikovate de que o amor pleno é aquele mais próximo da amizade, sem vínculos doentios entre as pessoas.
Por fim, o sexto, “Do que somos capazes” oferece uma visão otimista do futuro, desde que as pessoas reflitam, eliminem ou atenuem cada vez mais tensões sobre todas essas questões derivadas de conflitos entre da individualidade e anseios de integração para ter uma vida social e amorosa bastante satisfatória.


"... gostamos dos autores que pensam de modo parecido como o nosso e achamos meio idiota o texto — e seu autor — que contém opiniões divergentes. Assim, nunca aprendemos nada de novo, pois só lemos os livros com os quais concordamos e cujo conteúdo de certa forma já conhecemos; ou seja, só lemos os livros que não precisamos ler. Os outros nós largamos no meio, porque são “chatos” ou idiotas…" (Flávio Gikovate/ Psicoterapeuta).


Ficha Técnica:
Livro: Nós, os Humanos
Autor: Flávio Gikovate
Segmento: Psicologia e psicanálise
152 páginas
Editora MG Editores.