quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A guerra

Para dar certo, Istoé, errado, uma guerra precisa de um inimigo, algumas armas e muita raiva

Devido ao grande interesse que a guerra vem suscitando através dos tempos, observamos que muita gente fala realmente da guerra sem saber exatamente da sua história. Para esclarecer aos interesses fizemos um pequeno levantamento que passamos a transcrever para melhor elucidação do assunto. A guerra foi inventada pouco antes da Idade Média por um obscuro filósofo da península Ibérica, Giovanni Guerra, e passou imediatamente a se chamar guerra em sua homenagem. A primeira vez que Giovanni Guerra demonstrou sua invenção para o rei Luigi, o Louco, assim chamado exatamente por causa da sua mania de ser rei, apesar de ser mulher e mãe de cinco filhos, várias pessoas morreram e o rei ficou furioso, ordenando que Giovanni levasse aquela invenção para fora das fronteiras do seu reino. Estava assim criada a primeira guerra entre dois reinos, já que o rei vizinho, Giacommo, o Louro, um moreno teimosíssimo, tomou aquilo como uma ofensa pessoal e revidou.

Evidentemente, o pequeno jogo de guerra, como Giovanni o chamava, foi se aperfeiçoando pelos anos afora e seu inventor jamais supôs que se iria aos requintes bélicos dos botões. Em síntese, quando começou eram apenas estes os requisitos para uma boa guerra:

1 – Um inimigo: Sem um inimigo dificilmente se fará uma boa guerra. As pessoas vão acabar simpatizando entre si sem atacar ninguém. A não que se trate de uma guerra civil, em que as pessoas, sem a menor cerimônia, se matam na sua própria língua.

2 – Raiva: Com raiva a guerra é feita muito mais facilmente, já que quem ganha a guerra é quem liquida o maior número possível de inimigos. Um dos dois lados em guerra sempre ganha e outro sempre perde. É praticamente impossível empatar uma guerra.

3 – Armas: Sem elas as guerras não passam de vulgares escaramuças. De preferência, as partes interessadas na luta devem usar armas do mesmo porte. Ex: canhão contra canhão, canivete contra canivete. Nunca usar canivete contra canhão, senão a guerra acaba logo.

4 – Espiões: Perfeitos para aumentar o período de duração das guerras. Devem sempre fornecer informações de um inimigo para outro. Já que dificilmente essas informações serão corretas, os conflitos ficarão por isso mesmo mais conflituados.

5 – Roupa: Último e mais importante requisito de todos. Sem roupas as pessoas teriam de guerrear nuas, que seria imediatamente considerado imoral, ficando a guerra proibida.

Por este pequeno apanhado sentimos imediatamente a genialidade do inventor, homem sempre preocupado com seus semelhantes, ou melhor, com a maneira de eliminá-los. Devido a seus esforços e ao sucesso que alcançou sua invenção, só resta pedir que concedam, a título de postulo, a Giovanni Guerra, o Prêmio Nobel da Paz.

(Jô Soares)

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